14 de Agosto de 2015
20:30h – Casa de Anna e John, Lisboa,
Portugal
- Não John, não é boa ideia! – disse eu pela décima vez.
- Oh, vá lá Anna. Vai ser divertido!
- Deixa-me ver se entendi: tu queres que eu vá passar a noite a uma
discoteca só porque faço 24 anos?
- Sim! Vá lá Anna! – ele fez beicinho. Bolas, que chato!
- Ok, está bem! Eu vou. – ele pegou em mim e deu um pulo – Mas só desta
vez, ok?
- Parece-me justo. Vou tomar banho e vou vestir-me!
- Eu também.
Fui para o meu quarto tomar um banho e, depois do banho acabado
dirigi-me ao meu armário. “O que vestir?” era a pergunta que ecoava na minha
cabeça. “Ah, já sei!” pensei enquanto estalava os dedos. Peguei no meu vestido
cai-cai vermelho. A Carol tinha-mo dado nos meus anos e eu nunca tinha tido a
oportunidade (nem a ocasião) de o usar. Vesti-o, fiz uma trança espinha de
peixe e fui tratar da maquilhagem. Sentei-me na cama com o portátil à minha frente
e pus-me a pesquisar. Quando acabei estava fabulosa (modéstia à parte). Fazer
olhos esfumados é extremamente fácil quando imitamos um tutorial na internet. Calcei
as minhas sandálias de salto pretas e eu estava pronta. Fui para a sala e o
John já lá estava à minha espera. E deixem-me acrescentar que ele estava
incrivelmente sexy. Camisa vermelha,
calças pretas e sapatos pretos com o cabelo ligeiramente despenteado.
- Anna, estás linda. Não, mais do que linda, estás belíssima! – disse
ele.
- Obrigada, também não estás nada mal. – neste preciso momento as
minhas bochechas estão a combinar com a cor do meu vestido.
- Vamos? – ele estendeu-me a mão.
- Vamos! – eu respondi e estendi-lhe a minha mão também.
Entrámos no elevador e ele carregou para o piso 0. Estranho, ele
normalmente tem o carro na garagem e não na rua. Saímos do elevador e fomos lá
para fora. Eu olhei à minha volta mas nem sinal do seu carro cinzento.
- Onde está o teu carro?
- Oh, nós não vamos de carro… - ele esticou o braço e apontou para uma
limusina que estacionou mesmo à nossa frente. Eu olhei para ele como quem pede
explicações.
- O dono da firma devia-me um favor. – ele abriu a porta - Mademoiselle?
Eu sorri e entrei. Ele deu-me um copo de pé alto com champanhe e nós
fizemos um brinde:
- À amizade! – dissemos antes dos copos baterem e de nós bebericar-mos
um pouco do champanhe.
21:30h – Discoteca Sunset, Lisboa,
Portugal
A limusina parou e quando saímos estávamos à porta de uma discoteca com
um grande letreiro por cima onde se podia ler: “Discoteca Sunset”. A fila para
entrar era enorme. O John estendeu-me o braço e passámos a fila até à porta
onde ele cumprimentou o segurança, que logo de seguida nos deixou entrar.
- Deixa-me adivinhar, o segurança deve-te um favor? – perguntei eu
sarcasticamente.
- Estás a ficar boa nisto, Sherlock.
- Elementar, meu caro Watson – ambos nos rimos das nossas próprias
parvoíces.
Eu estava nervosa, pois era a minha primeira vez numa discoteca. Quando
eu era pequena os meus pais eram muito protetores comigo e nunca me deixavam ir
a lado nenhum. Vida triste, não é? Eu sei. Entretanto, sentámo-nos numa mesa e
uma mulher morena veio anotar os nossos pedidos.
- O que é que os jovens vão desejar?
- Vinte e quatro shots para a aniversariante, por favor. – disse John
enquanto se ria para mim.
- John! – virei-me para a empregada – Ele está só a brincar, não o leve
a sério.
- Oh, não, eu estou a falar muito a sério. Vinte e quatro shots para
esta aniversariante. – ele apontou para mim.
A mulher foi-se embora e eu fiz a minha cara mais zangada para o John.
- O que foi? Bebemos a meias, não é assim tanto.
- Se a amanhã eu não conseguir estar longe da casa de banho a culpa é
tua.
- Ok, é justo. Agora toma. – ele deu-me um dos shots que entretanto a mulher já tinha trazido e eu olhei para
ele com uma cara de quem está a pensar “A sério, John!”
- Vai Anna, tu prometeste! Nem tens de os beber todos, fazemos a meias,
ok?
- Ok, está bem! – eu pequei num copo e engoli o seu conteúdo
rapidamente. Comecei a fazer caretas e pousei rapidamente o copo. – Uau, isto é
muito poderoso. Mais do que eu me lembrava. – comecei a tossir, mas rapidamente
parei. – Agora é a tua vez.
- Com todo o prazer. – ele pegou no copo e bebeu tudo de um só golo.
Acho que ele está tão habituado que já não lhe faz efeito.
-Anna, que bom ver-te – eu ouvi uma voz atrás de mim. Virei-me e… oh,
não, só podem estar a brincar comigo…
Continua…
Ps.: Oi, vim aqui para vos deixar o primeiro episódio de "Anna & John". Então, o que é que estão a achar?
Beijos :*
Alexa
